Relatório da CBE 2003-2005

A Sociedade Brasileira de Geologia, na ocasião representada pelo Prof. Dr. André Ferrari, membro da Diretoria, instalou, às 9:00 h do dia 15 de setembro de 2003, na sede da Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, a Comissão Brasileira de Estratigrafia. Participaram da reunião e foram empossados como membros da comissão: Léo Afraneo Hartmann (UFRGS), Carlos Schobbenhaus Filho (CPRM), Wilson Teixeira (USP), Roberto Dall’Agnol (UFPA), Femando Flecha de Alkmim (UFOP) e Edison José Milani (PETROBRAS). Tomaram ainda parte do encontro: Nelson Custódio da Silveira Filho (CPRM) e Diógenes de Almeida Campos (Academia Brasileira de Ciências e DNPM).
 
Léo Afraneo Hartmann foi eleito Presidente da Comissão e Carlos Schobbenhans Filho foi eleito Vice-Presidente. Nelson Custódio da Silveira Filho (CPRM) e Ruy Paulo Philipp (UFRGS) foram designados assessores especiais da comissão. Durante um dia de trabalho, foram realizadas avaliações conjuntas e atingidas as seguintes conclusões e recomendações.
 
1. O Léxico Estratigráfico do Brasil, presentemente em elaboração pela CPRM, será apoiado e receberá as contribuições que se fizerem necessárias pela Comissão Brasileira de Estratigrafia.
 
2. A comissão propôs e já traduziu o “Stratigraphic Guide” da “International Comission on Stratigraphy” da “International Union of Geological Sciences”. Após revisão final, o documento será disponibilizado para a comunidade geológica brasileira para avaliação. Isso feito, a comissão irá adaptar o guide às necessidades brasileiras e recomendar o seu uso pelos geocientístas brasileiros.
 
3. A comissão irá solicitar a todas as revistas científicas de geociências publicadas no país a inclusão de uma exigência editorial, para que todos os artigos científicos submetidos estejam conformes com o Guia a ser publicado e recomendado.
 
4. A comissão irá organizar uma sequência de eventos, conforme segue:
• Janeiro de 2004 - Reunião da comissão em Porto Alegre. Serão convidados alguns especialistas para apresentarem sua visão da estratigrafia do Brasil.
• Novembro de 2004 — A comissão irá organizar um evento no Congresso Brasileiro de Geologia, Araxá, MG, aberto a todos os interessados, com caráter preparatório para o evento principal (abril/2005). Edição de Anais do evento.
• Abril de 2005 — Simpósio sobre a Estratigrafia do Brasil, 3 dias em Porto Alegre (ou Gramado), RS. Edição dos ANAIS do simpósio.
• 2003-2004-2005 — Realização de eventos específicos. 
• Final de 2005 — Publicação de um “Guia Estratigráfico do Brasil”.
 
5. A comissão resolveu também:
• Que a sua função principal será a de recomendar formas de procedimento no âmbito da estratigrafia do Brasil.
• Que poderá constituir Sub-Comissões para temas específicos, como, por exemplo, Sub-Comissão de Nomenclatura Estratigráfica, com o objetivo de acompanhar a evolução do tema, deliberar sobre propostas de novas unidades estratigráficas e julgar conflitos.
• Buscar o apoio da comunidade geocientífica do país, com ela interagir e aperfeiçoar seus objetivos, métodos e produtos.

 

Relatório da CBE 2012 

Conforme acordado na última reunião do Conselho Diretor em 2011 a comissão temática de estratigrafia ficou de organizar o material publicado pela Comissão Brasileira de Nomenclatura Estratigrafia (CBNE) da década de 80 e a Comissão Brasileira de Estratigrafia (CBE) de 2003-2004, visando divulgar amplamente a documentação produzida por estas comissões e embasar trabalhos e decisões futuras com respeito a orientação para nomenclatura estratigráfica no Brasil.

Com apoio da equipe de editoração da CPRM-Serviço Geológico do Brasil da Superintendência Regional de Belém foi editorado os textos e figuras e tabelas do Código e Guia Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica (C/GBEN) publicado na Revista Brasileira de Geociências (RBG) em 1986. Também está sendo editorado o volume da Reunião Aberta da Comissão Brasileira de Estratigrafia (RACBE) publicado em 2004. Na próxima etapa será editorado a versão em português do Guia Estratigráfico Internacional (GEI) da IUGS. Pode se estimar que 70% do material a ser publicado de novo está editado em Word e Corel Draw, formatos de fácil migração para os programas de editoração profissional.

O material produzido pelas comissões de estratigrafia teve divulgação muito restrita ou em volumes antigos da RBG, portanto a ideia é publica-los novamente com ampla divulgação em forma de impresso (volume especial da RBG) ou de mídia digital (CD e HTML). Será oportuno lançar este produto no 46 CBG e posta-lo no website da SBG. Por ocasião da RACBE em 2004 a CBE propôs adoção GEI, mas a SBG nunca aprovou formalmente esta proposta, assim o C/GBEN de 1986 continua valendo. Muitos países (EUA e Austrália) apesar de contribuírem para o GEI preferem manter algumas particularidades de
seus guias e códigos de estratigrafia. Assim, uma versão atualizada C/GBEN também é uma alternativa. Trabalho que caberá a CBE elaborar e a SBG referenda.
 
Foi feita uma consulta ao presidente e alguns notórios membros da CBE 2003-2004 para saber do interesse deles em presidir uma nova CBE, os que responderam declinaram. Dada à importância deste assunto a comissão de estratigrafia do Conselho Diretor propõe uma reunião durante o 46 CBG para formar uma nova CBE que conduza aprovação da GEI ou a elaboração de uma nova versão do C/GBEN. Esta nova CBE deve ser composta por especialistas em diferentes tipos de unidades estratigráficas e na geologia de diferentes eons/eras.

A nova CBE terá caráter permanente, com substituição dos seus membros conforme disponibilidade de participação dos mesmos e interesse da comissão. Esta comissão solucionará dúvidas do público e bancos de dados de estratigrafia de instituições (ex. Geobank). Também organizará eventos e publicações pertinentes a estratigrafia no Brasil e internacional. Caberá também a comunicação IUGS das resoluções adotadas para estragrafia no Brasil.